Teste 1

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ÚLTIMO POEMA ABAIXO DO CÉU

Escrevo como se a última vez fosse,
Como a absorver Bandeira indignamente,
Sem limite de palavras e sonhos.

Escrevo com sentimento agridoce,
Sob uma lente, rígida, adstringente,
A esconder meus cílios tristonhos.

Escrevo sob o olhar das cinzas das horas,
A roubar de Bandeira o que não devo,
No mais perverso caráter que me concerne.

Escrevo, denunciando minhas mãos-senhoras
Que na juventude me trouxeram enlevo
E, hoje, nelas, nenhuma inspiração as serve.

E chegam ao fim meus eternos devaneios,
Soterrados em letras feias e tortas,
Engasgadas em certas palavras tão desditas.

E me cerco de ponto final sem rodeios,
Dentro de uma vida sem janelas nem portas,
Sem bandeira, sem Bandeira, sem coloridas fitas.

(Luciene Lima Prado)


8 comentários:

  1. Que bela poesia, Luciene! Bandeira que menciona é o Manuel Bandeira?!! Certamente, sim. Pois nos versos dele havia algo de belamente triste. Uma certa dor. Lindo mesmo!! Um lindo dia prá ti, bjos ;)

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  2. - escrever um poema como se fosse o último, é realmente considerar que a apalavra de Deus está correta, quando Ele diz, "devemos viver o dia como se fosse o último", referência feita ao armagedom; entretatanto teu poemar, não faz parte do apocalipse, ele vai transcender o juízo final, e vai esbanjar-se na etenidade, que aqui, ninguém sabenem viu, é um segredo do Supremo: "Escrevo, denunciando minhas mãos-senhora; de fato senhoras mãos, a escrever versos que dilaceram e estrapolam em enredo. Mário Bróis.

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  3. Que não seja o último, pois seus leitores sentiriam de tão belos versos você escreve.Beijos

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  4. Interessante esta releitura do Bandeira que sempre inspira em momentos impares de nossas vidass.Belo trabalho como sempre.Claro que o poeta pode mas não deve ser ultimo.Um belo fim de semana amiga e meu abraço carinhoso com minha terna admiração.

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  5. Último? Este é mais um dos brilhantes poemas, que enriquecem a esta linda e poética página. Parabéns e abraços...

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  6. Mui belo seu versejar grande sonetista!
    Parabéns!
    Estou seguindo seu blog!

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  7. Bem-aventurados os que não precisam carregar bandeiras
    e o poeta que decide não ser poeta
    a brincar com o destino obrigatório,
    ouvindo o próprio coração
    enquanto se recita a si;
    quem na dor perene pela morte perseguida
    (dor por todos insabida),escreve o que Bandeira
    não pode escrever em vida.

    Com respeito: Arnaldo Leles.

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Agradeço a todos pelos comentários! Tudo de melhor para vocês! Um abraço apertado!

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