Teste 1

Teste 1

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Boa noite, amigos. 


      Antes do pequeno poema, quero justificar minha ausência.
      Mês passado minha mãe (82 anos) sofreu uma queda e teve o fêmur fraturado. Muitos dias passei  com mainha (meu bebezinho!) no hospital. A cirurgia foi feita na última quinta e hoje ela recebeu alta e está de volta em casa. Se eu for contar a experiência pela qual passamo e o que aprendemos disso tudo ficaria cansativo para vocês. Eu disse para meu querido amigo poeta José Manuel Brazão que senti Deus mais perto de nós e que vi esse momento com aprendizagem não sofrimento. Somos ricos de amigos! 
      Obrigada a todos pelos comentários. Gostaria de citar o nome de cada um, mas estou com cansadinha, sem coragenzinha... Obrigada aos velhos e novos amigos poetas, aos que estivram aqui de passagem e deixaram um amável incentivo. Puxõs de orelha tambpem são bem vindos, ok? 
       Fiquem com Deus!

CURA

Na dor, costuramos a vida em nós.
E basta um pequeno intervalo
Para amenizarmos as cicatrizes. 

Preparados, nos deixamos emendar
Nos retalhos de outras vidas,
Traçando novas texturas, estampas e matizes.

(Luciene Lima Prado)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

UM GRITO PERDIDO


 Tens os traços d'uma época débil,
Em que o sentimento já nasce estéril;
Tua voz já não se ouve, já não vibra,
Sem chá que de tua doença te livra.

Teu medo de gritar que contamina,
Uma aparente indiferença à sina;
No conformismo teu silêncio jaz
E teu ego já não se satisfaz.

Então encorpora as dores tu que calas
Fecha teu livro e lamenta em tua sala,
O tempo nem sempre vai curar tudo.

Poderia teu grito ser teu escudo,
Junto a outro grito libertar vidas;
Agora restam ilusões perdidas.

(Luciene Lima Prado)

Enquanto pudermos gritar, a greve continua. 




terça-feira, 29 de maio de 2012

VERSO SEM POESIA

É um verso que vem de longe,
Que no coração não se sente.

Não vem de navio, nem de bonde;
Apenas vem, de repente.

Parece sopro de vento sul,
Que do norte foi roubado.

Verso, tropeçado em paul,
Em palavra dividido, lado a lado.

Passa e no papel não pousa.
Sem rota, esquecido se vai.

Rapidamente apagado da lousa,
Pó de palavras que dos dedos sai.

(Luciene Lima Prado)

Enquanto isso... 


Nunca uma greve foi tão justa como a nossa!

sábado, 26 de maio de 2012

INSETO


Eu sou uma metamorfose de Kafka,
No suor da minha existência estática;
Rastejo através do entulho que sou,
Talvez um papel rasgado por Poe.

Proveniente de um fingido flerte,
Personagem descartado de Goethe;
Mesclo minha peçonha ao teu papel,
Tu que me lês com teu nocivo fel.

Vivo a partir do que me transformei,
Daquilo que não faz parte da lei
E do asco que por mim agora tenho.

Esfarela-me por misericórdia,
Que meu traço viscoso de discórdia
Já se encontra desprovido de engenho.

(Luciene Lima Prado)

domingo, 20 de maio de 2012

MADRUGADA


As minhas lágrimas secam,
Enquanto a tristeza permanece;
Nesta aridez constante,
É uma gota do meu suor
Que molha minhas mãos em prece.

 (Luciene Lima Prado)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

PRIMEIRA POESIA DE FLORBELA


Haverão de pintar em aquarela
A primeira poesia de Florbela,
Para bem lá no firmamento a expor,
Junto da Lua, dos versos grande amor.

Na suave noite, cante-se a vida,
Embora de tristeza embevecida,
Embora de lamúrias pincelada,
Como Florbela, pela madrugada.

A primeira poesia de Florbela,
Cada poeta expondo-a em aquarela,
Ao amanhecer de outro novo mundo.

Da Lua, a poesia num mero segundo,
Lançará raios-versos em diagonal,
Até repousá-los em Portugal.

(Luciene Lima Prado)



sexta-feira, 16 de março de 2012

VALSA

O piscar dos olhos,
O piscar da vida;
Dos olhos que são nossos,
Da vida que nos foge.

O virar das folhas,
O virar dos sonhos;
Das folhas que rasgamos,
Dos sonhos que se vão.

O tocar das teclas,
O tocar das mãos;
Das teclas onde nascem canções,
Das mãos que vão embora.

O passar dos pés,
O passar do tempo;
Dos pés que param e ficam,
Do tempo que nos leva tudo.

(Luciene Lima Prado)

domingo, 11 de março de 2012

MENSAGEM PARA VAN GOGH


E por me despetalar me renovo,
Por um momento teu rosto não roço;
Já não me assemelho à imagem da flor,
Porém, ainda hei de seu cheiro repor.

Por meu destino ser um helianto*,
que ao Sol, sublime bem quer tanto e tanto,
Eu me deixo renovar minhas pétalas
Cada sonho de mim, todas as células.

E se a morte de mim-flor for destino,
Final ato que com olor assino,
Deixo em ti minha formosa lembrança.

Pois até onde teu coração alcança,
Sei: não haverás tu tão cedo olvidar
Da flor que fui debaixo do luar.

(Luciene Lima Prado)

*girassol

Há um blog com poemas de primeira linha. É só acessar: http://poesiadearnaldoleles.blogspot.com/

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

SEM LUAR

Cai a chuva,
Cor de vinho tinto;
Mas o gosto que tem
É de absinto.

Chove um cheiro de morte,
Penalidade maior;
Corrói tudo devagar,
Da saliva ao suor.

Dizer que sou essa chuva
É muito engano!
Só porque sou poeta
Que nunca disse “Eu te amo”?

(Luciene Lima Prado) 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

CORTE


Eu, poeta, visto-me de punhal
Para cortar a minha veia poética,
Permitindo-me sangrar todo mal,
Para somente restar-me, sintética.

Um corte certeiro, eis-me sem lírica,
Livre das metáforas, das antíteses;
Envolvida numa náusea vampírica
Segregando palavras feito mísseis.

Eu, poeta, transformo-me em punhal,
Dando fim a qualquer inspiração
Evitando o ritmo sensorial.

Não mais contendo qualquer emoção,
Dispo-me de ser poeta total
Para que, também, parte não ser, não.

(Luciene Lima Prado)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ÚLTIMO POEMA ABAIXO DO CÉU

Escrevo como se a última vez fosse,
Como a absorver Bandeira indignamente,
Sem limite de palavras e sonhos.

Escrevo com sentimento agridoce,
Sob uma lente, rígida, adstringente,
A esconder meus cílios tristonhos.

Escrevo sob o olhar das cinzas das horas,
A roubar de Bandeira o que não devo,
No mais perverso caráter que me concerne.

Escrevo, denunciando minhas mãos-senhoras
Que na juventude me trouxeram enlevo
E, hoje, nelas, nenhuma inspiração as serve.

E chegam ao fim meus eternos devaneios,
Soterrados em letras feias e tortas,
Engasgadas em certas palavras tão desditas.

E me cerco de ponto final sem rodeios,
Dentro de uma vida sem janelas nem portas,
Sem bandeira, sem Bandeira, sem coloridas fitas.

(Luciene Lima Prado)


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

SONETO QUE SORRI


Do rosto o sorriso é doce pintura,
Dos pacíficos lábios partitura;
Irmão dos olhos e suspiro da alma,
Porto de quem chega, porto que salva.

Sorriso, preenchido de calmaria,
Bálsamo que as dores cura e alivia;
Ele chega sem pressa e permanece,
Chamando as estrelas que a noite tece.

Doce pintura do rosto é o sorriso,
Pautado em vontade, inspiração e siso;
Ponte segura de toda amizade.

Sorriso, consolador da saudade,
Desabrocha sob o sereno olhar,
Pousa passarinho* em quem sabe amar.

(Luciene Lima Prado)

*Substantivo "adverbalizado".

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

EVOLUÇÃO

Voltar a ser e querer o riso,
Repudiar o não e fazer o sim
Ou ignorar o sim e refazer o não.

“O sim que te abre o caminho
É o mesmo não que fecha teus braços.”

Ir e olhar para trás,
Espalhar ideias e comer o pão,
Distribuir o pão e recolher ideias.

“O pão que vais comprar fere 
Tua garganta diante de outra fome.”

Querer liberdade,
Sem esquecer o verso;
Talvez, apenas esquecer…

“Para alinhar as tuas estradas,
Necessita reforçar tuas cercas.”

Ouvir o silêncio do invisível,
Ocultar o espirro e o tédio,
Saciar a sede que não se percebe.

“Enfim, o não que encerra teu sorriso
Está no sim de quem mendiga o pão.”

(Luciene Lima Prado)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SONETO À LUZ DOS VOCÁBULOS


(Soneto dedicado a Luiz Mário da Costa, o Mestre dos Vocábulos)

Luz e mar: são vocábulos à vista
Unindo os diversos mundos do artista,
Indo em todas as direções do mundo,
Zerando todo desgosto profundo.

Mestre das palavras em liberdade,
Atravessa rios, atravessa a saudade;
Repara o tempo que passa e o que fica
Impõe-se no verso que o testifica.

Olvida o que poesia já não for,
Comove a todos com linhas e dor,
Oculta o que não é belo nas entrelinhas.

Sereno, faz das palavras rainhas;
Trilha belos versos noite e dia,
Ardoroso amante da poesia!

(Luciene Lima Prado)

Blog de Luiz Mário da Costahttp://poemasemguardanapos.blogspot.com/

(Pela nossa amizade, pela admiração mútua, pelo grande poeta que é, pela eterna gratidão,  pelo carinho que dedica a todos os poetas, é o mínimo que ofereço a você, perdoe-me se não estiver a sua altura do seu talento. Quanto a minha briga com a poesia, continua em pé. Um dia eu a venço.)



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

COMUNICADO

Se nada tenho a dizer,
Pecado eu fazer poesia,
Considerar-me poetisa.

Um coração tudo suporta,
Menos um verso vazio
Que pelo papel desliza.

(Luciene Lima Prado)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TEMPO DO AMOR

No tempo certo, vieram:
a chuva
E a flor,
O sol
E o fruto,
A saudade
E o abraço.

Mas foi no tempo incerto
Que o amor bateu à porta.

(Luciene Lima Prado)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VERSOS EM LÁGRIMAS


Como estão enfastiados meus olhos!
Nem as belas palavras os alegram,
Nem belos jardins com eles combinam;
Há muito se perderam nos abrolhos.

Triste não sentir nos olhos o sabor
Das preces presentes na natureza,
Porque tudo que sentem é tristeza,
O gosto presente é o do amargor.

Lá fora, a vida passa normalmente...
Noutros olhos o prazer predomina;
Todavia, nos meus, não tenho essa sina.

O tempo pra sempre seguirá em frente,
Sem os meus olhos demais fatigados
Que agora esperam a morte entre os prados.

(Luciene Lima Prado) 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

REMENDO

De cacos restaurada é a vida,
Colada com incessante suor.

Quem vê tal imagem refletida
Ainda crê numa alvorada melhor.

Pelos bairros e suas entranhas
Corre sangue de toda dor.

Saltando sobre as manhãs e as manhas.
Corre... Como Almir Sater a compor.

Composição feita e sempre refeita,
Assim o viver se faz sem pressa.

Como a tristeza é pela vida aceita,
A alegria é para todos promessa.

(Luciene Lima Prado)

Vídeo coma  canção Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira: http://www.youtube.com/watch?v=OuiNZpLwJfQ

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

SONETO DO AMOR MAIOR


Fascina-me em teus olhos a piedade,
Que ao coração traz cumplicidade. 
És minha trilha serena e meu dia,
Verso perfeito da minha poesia.


Se me tocas o rosto, sinto ter vida;
Por seres tu minha alma preferida.
Meu caminhar segue tuas coordenadas
Para eu encontrar pétalas espalhadas.


Teus olhos piedosos são meu leito,
A paz concretizada dos sonhos meus,
A motivação que acorda em meu peito.


És aquele a nunca dizer adeus, 
O que floresce em meu caminho estreito,
Que cega meus pensamentos ateus. 


(Luciene Lima Prado) 

sábado, 14 de janeiro de 2012

POESIA EM PAPEL PAUTADO

Uma poesia que te condene
Ou uma que te vulgarize?
Aplausos poucos, mas honestos,
Ou aplausos sem conta, alienados?
Seja o verso um gole de veneno,
Com um toque de lágrima a gosto:
Que por ninguém passe insípido,
Como se não existisse.
Que se faça da poesia
A pintura inédita da vida,
Talvez em preto e branco,
Quiçá em cores subjetivas;
Nunca as mesmas paisagens.
Que se termine tarde o primeiro verso
E no último se exponha
O início de novas interrogações.

(Luciene Lima Prado)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

SONETO DOS RIOS


Teu trajeto: no encontro de dois rios,
Correndo em direções contraditórias;
No meio de alguns sinais, perdas e glórias,
A sentir: prazer, tédio e... calafrios.

Transitas entre escolhas: sim e não;
Não sabes em que mar tudo termina,
Nem esperas passar a chuva fina,
Tampouco qual é a exata direção.

Quando à sombra chegar, pare e descanse,
Sinta o olor das ilusões a longo alcance;
Que o fascínio te torna bem mais vivo.

Tu, agora entre rios , siga teu curso
Com razão mais um pouco de teu impulso,
Pois, no fim, desaguar é teu objetivo.

(Luciene Lima Prado)

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